quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Isn't it ironic?


Os próximos tempos não vão ser fáceis. Não vou mentir, estou de certa forma fula. Eu que sempre gostei de viver a minha vida à minha maneira, sem dar cavaco a ninguém, vejo-me agora numa situação que me provoca sentimentos contraditórios. 

A minha cunhada foi mesmo internada na ala de psiquiatria do hospital Por quanto tempo? Não fazemos ideia. Esteve dois dias em observação e não melhorou. Tem de lá ficar pois não está em condições de voltar a casa. Mas ela tem um filho pequenino, lembram-se? 

Pois é, esse é o meu problema. É que nunca me dei bem com a minha cunhada, mimada, egoísta, manipuladora. Hoje se calhar entendo um pouco melhor porque é que a família toda sempre a protegeu tanto e lhe faziam as vontades, eles já a tinham visto assim... pior ainda! E o pavor consegue petrifica-nos. O que não quer dizer que concorde com a forma permissiva com que sempre lidaram com ela. 

Se calhar sou um pouco louca também por ter ficado presa às palavras que me disse há dois dias, no seu descarrego de fúria em mim, mas não consigo deixar de achar que tudo o que ela disse é realmente tudo o que ela sente, esteja sã ou não, a loucura do momento deixou-a apenas sem filtro, sem máscaras, e disse tudo o que bem lhe apeteceu. 

E é irónico, não é? Naquele desvario dela, ela acusar-me de não gostar da família deles, de ser má mãe, uma mãe que oprime os filhos, que não faz nada por eles, que cuida deles porque tem de ser, forçada e de má vontade. E tanto, mas tanto mais que me disse e que me tem enchido os pensamentos constantemente. 

Não deixa de ser irónico, que seja eu, uma das pessoas que se jogou à frente, para que o filho não deixasse de ter quem cuidasse dele na falta dela. É irónico eu estar a ver a minha vida virada do avesso por tempo indeterminado, a ver as rotinas dos meus filhos a serem todas baralhadas, a minha liberdade a ser colocada de lado. 

Perdoem-me se isto soa muito mal, sei que soou muito ruim a algumas pessoas, mas sinceramente pouco me importa. Cuido-lhe do filho porque é meu sobrinho, porque sinto uma pena enorme desta criança, porque sei que precisa de amor, de atenção, de cuidados. Não é porque fica bem, ou para lhe poder jogar um dia mais tarde em cara. Mesmo porque a vontade que eu tenho é de nunca mais lhe olhar na cara, embora seja algo que não verbalizo (já vos tinha dito que nunca nos demos bem, não já?!).

É triste, mas o miúdo precisava mesmo de distância da mãe. Tem passado as manhãs com outro familiar, come e dorme a manhã toda. Fica comigo o resto do dia e mal o ouço chorar. À noite fica com o pai e tem dormido bem. Com a mãe chorava dia e noite. Era demasiado stress, demasiada agitação, demasiadas discussões. 

Sei que ela não está bem, mas sou incapaz de sentir pena como todo o resto da humanidade. Debato-me com esse sentimento a toda a hora, mas que me perdoem, porque não consigo. Juro que gostava de sentir compaixão por ela, mas simplesmente não sinto nada. Não consigo sentir nada. 

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Loucura


A nossa mente é uma coisa deslumbrante. No bom, e atrevo-me a dizer, ainda mais, no mau sentido.
Já alguma vez falaram com alguém que está mesmo fora do seu juízo normal? Já olharam para os olhos de uma pessoa que pensa que é Deus, que diz estar a profetizar, que consegue ferir cada um dos vossos pontos fracos sem dó nem piedade? Já viram bem os olhos esbugalhados dessas pessoas?
Eu já. Ontem. E é horrível. É uma sensação de incredulidade, ver como há ali um momento da conversa em que é como se um rastilho se acendesse e a pessoa muda completamente, deixa de ser ela.

Mas comigo não foi nada, foram palavras, atrás de palavras. Apenas. Que só não custaram mais a ouvir porque eu já sabia ao que ia. Não a conseguimos ajudar, à noite conseguiu agredir os pais (idosos) à paulada e a sobrinha que tentou intervir. O marido teve de a mandar ao chão para a segurar. Isto depois de ter voltado do hospital para onde o inem já a tinha levado, deram-lhe alta achando que estava tudo bem. Claro que o inem voltou, os mesmos rapazes (que por sinal ficaram incrédulos por lhe terem dado alta), voltou ao hospital. Foi sedada, está em observação e vai ser vista por um psiquiatra mais tarde.

Essa pessoa é minha cunhada, e a loucura veio após noites difíceis, e falta de sono, com um filho que nasceu há cerca de mês e meio. A depressão pós parto é real, e no caso dela de um extremo que eu nunca vi. Mas ela já tem um histórico de distúrbios mentais, que estavam lá atrás, separados por cerca de 23 anos.

O dia de ontem foi para esquecer, esta noite foi intensa (ainda por cima o meu pequenino também acordou às 5h a vomitar)... O meu marido e a família toda estão de rastos, mas, o mais triste disto tudo, é haver no meio um ser tão pequenino, que é o meu sobrinho...

sábado, 18 de novembro de 2017

Agora é tudo a mana.


Sentei o miúdo na sanita, e no azulejo da parede ao lado, vejo uma série de riscos de lápis. Sabendo muito bem qual era a resposta, perguntei-lhe quem tinha feito aquilo. Ele, muito prontamente respondeu logo "Foi a chata!" - a chata é a nossa gata. "A chata não sabe pintar", disse-lhe eu. Mas o rapaz não se fez de rogado, nem me entregou os pontos. Acrescentou logo "Foi a mana!". Chamei a mana, que (óbvio!) disse logo que não tinha sido ela, e não mentia porque ela é l-o-g-o apanhada quando mente. Frente a frente, ele lá deixou escapar um "foi o eu". Admitiu a culpa por uns segundos, e mal a irmã deu costas... "foi a mana!"
...

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O meu Cabelo

ilustração de victoria francés

Sempre usei cabelo comprido. O mais curto que recordo de o ter em miúda era a bater-me mesmo nos ombros. Na adolescência lembro-me de ter feito esse corte pelo menos uma vez, depois, deixei de saber o que era cabelo curto... até há uns dois anos. Deu-se assim um ar qualquer, e meti (ou mandei meter) tesoura nele. Na altura lembro-me de medir a trança que sobrou... 40 ou 45 cm de cabelo - que friso - estava entrançado. 

Nos primeiros dias - semanas, vá! - até que estava satisfeita com o corte, apesar de saber ainda antes de o cortar que aquilo não era para mim, que tenho um cabelo muito grosso, muito volumoso, tenho mesmo uma vasta gadelha. Nem nestas alturas de queda eu me preocupo com a quantidade disparatada de cabelos que vejo cair todos os dias, porque certamente ficam cá muitos outros. 

Mas voltando ao corte - sou terrível para me dispersar, cabelo curto em mim é tipo juba de leão, abre até não poder mais, e eu sou baixinha sabem? Não gostava nada de ver. Curiosamente toda a gente gostava, salvo raras exceções. 

Isto tudo para dizer que nos últimos dias tenho ouvido elogios maravilhosos ao meu cabelo porque tenho andado com ele solto. E está enorme outra vez!!! Não tanto como quando o cortei, mas mais uns meses e chegamos lá. Já tinha saudades de ouvir toda a gente a gabar-me a melena, se calhar ter-lhe dado uma corzinha ajudou, mas é realmente pelo comprimento e jeitos que as pessoas gostam dele. 

Se há coisa que me deixa mesmo vaidosa é o meu cabelo, causador de invejas e tecedor de comentários quando passo. Quando não o uso comprido não sou eu, faz parte da minha identidade e juro que me sinto quase nua se não o tenho assim compridão. Apesar de na maior parte do tempo até andar com ele em coque - principalmente no trabalho, é que não consigo trabalhar com cabelo a pender-me na cara. 

Pronto era só isto, hoje. 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Porque não?

daqui

Hoje tive a casa cheia. Quando fui buscar a minha filha à escola, trouxe mais duas comigo, e mais tarde juntou-se ainda o meu pequenino. Passaram toda a tarde na brincadeira, comeram panquecas (pedido feito na véspera por uma delas), vestiram-se de princesas (e uma de vampira!), e houve muitas gargalhadas por aqui. 

Por isso, sim, se posso fazê-los felizes com tão pouco e tão facilmente... porque não?! 

Uma das meninas disse que era a primeira vez que ia a casa de uma amiga, que o pai nunca deixava, mas que desta vez sim porque era a melhor amiga. A outra, já tinha ficado connosco o dia inteiro para poder ir ao aniversário da minha, e tinha também passado cá outra tarde, está mais à vontade. São as três umas miúdas fantásticas, portaram-se lindamente, entenderam-se sem problema algum. 

Na escola porém, a euforia devia ser tanta naquela sala de aulas, que levaram as três uma bolinha amarela no comportamento porque não conseguiam parar de conversar. É tão bom ser-se criança, não é? Pena que nos esquecemos (nós adultos), de como era tantas vezes. 

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Será que sabem o que é um STOP?

Eu devo ter um íman qualquer que faz com que os outros condutores se queiram vir enfaixar em mim. Sorte a minha, sou muito boa a esquivar-me. Oh yeah, ontem um gajito, com um carro nada pequeno, quase que se espeta contra mim, valeu-me fugir para a faixa do lado (graçá-déu não vinha ninguém!). Esquecem-se sempre dos STOPs comigo. Ai há uns meses uma querida senhora não só se atravessou à minha frente (tendo ela stop e eu estando na via principal) como ainda se pôs a refilar comigo, como se tivesse razão. Depois também há as que param sem terem stop, e eu paradinha no meu canto (com stop) faço sinal para que avance e claro, a senhoria refila comigo de braços no ar e tudo. Mmmm a sério?! Poupem-me!!!

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Para Novembro


E estamos no penúltimo mês do ano, daqui até 2018 é um pulinho de criança. Este mês que passou, passou sem eu quase dar por ele. Houve muita coisa na minha lista que não consegui completar e que passa para este novo mês que começa hoje. 

👪
Objetivos para Novembro :

- Acabar de ler o livro que ando a ler neste momento, e se possível, pelo menos começar outro. 

- Costurar a minha (primeira) própria peça de roupa interior

- Dois fins de semana de formação

- Orientar a maior parte das prendas de Natal que pretendo comprar/fazer 

- montar o quarto dos miúdos

Nem vou acrescentar mais nada, se conseguir riscar as poucas coisas que me proponho completar este mês, já me dou por satisfeita. Além de que vieram muitas do mês passado atrás para me complicar a vida. 

E vocês desse lado? Muitos planos para Novembro? 


de Outubro
- Levar a cabo o encontro que deveria ter tido lugar no passado mês 👎 buhhhh para mim, que adio isto desde o mês passado... nem vou colocar nos afazeres de Novembro, sabendo que a loucura se instala a partir daqui. 

- Festejar o meu aniversário com quem me é mais querido 👌 Sim, e com muita diversão pelo meio
- Uma saída com o meu homem (não desisto, a esperança é a última... já se diz) 👌 objetivo (finalmente!) atingido!
- Acabar de pintar a casa nova 👌 e que gira que está a ficar

- Acabar a casa de banho da casa nova 👎 a pessoa que o ia fazer sofreu um acidente de trabalho e não consegue mexer o pulso =( 
- Marcar dentista 👎adiado, estou à espera que venha o frio 

- Limpeza a fundo na minha cozinha
- Trocar as roupas frescas pelas mais quentes

- Ler dois livros 👎nem um quanto mais dois... muito, muito desiludida comigo

- Procurar aulas de Ioga para a minha miúda entretanto foi para a dança
- Costurar um pijama para mim e um para a miúda 👎 ainda não =(

-Destralhar o meu quarto de costura parcialmente

- Visitar mais vezes a biblioteca com a miúda 👎nem uma =(

Ano Novo... hábitos velhos

Primeira semana de 2025: checked! Uma pessoa começa cheia de vontade de trocar hábitos que nos incomodam ou que achamos não estarem tão bem,...