Como passa o tempo. A última vez que publiquei foi logo nos primeiros dias da quarentena, quando ainda havia alguma esperança de isto não demorar tanto tempo. Passou tão rápido e ao mesmo tempo parece que levou uma eternidade até chegarmos aqui.
Neste momento estou a pouco mais de meio de mais 15 dias de férias, mas o sítio onde trabalho nunca chegou a fechar, embora tenha alterado o seu horário de funcionamento) e claro, para a semana já volto ao trabalho.
Estes dias têm sido uma montanha russa de emoções, e não tem sido só porque estamos de quarentena. Há uns posts atrás já tinha comentado que o meu pai não estava muito bem, e acabou por ser internado há quase duas semanas. Por conta do covid não são permitidas visitas no hospital, aliás, os dois primeiros dias foram desesperantes porque não o autorizaram a ficar com o telemóvel, e não conseguíamos contatar o hospital. Ou melhor, só nos atendiam a horas em que os médicos já não estavam e não nos podiam dar informações concretas do que ele tinha. Andávamos num desespero só, porque entrou com uma coisa nas urgências e quando tentávamos saber de alguma coisa, diziam-nos que tinha dado entrada com outra. Enfim, neste momento está estável, e aguardando o resultado dos exames.
Sinto-me cansada. Mais do que o normal. O marido teve que fechar o café ainda em Março e desde então que está em casa. A minha carga doméstica aliviou muito porque estando em casa, ele ajuda imenso, até aprendeu a cozinhar para além de massa com atum... a sopa dele é melhor que a minha! Mas sinto-me cansada ainda assim.
Quando estou a trabalhar, é o não-pára-nem-para-respirar, não dá, temos uma pessoa (de três) a menos, um horário reduzido e uma maior procura. Entretanto, como costuro, tenho recebido imensos pedidos de máscaras (ainda antes de se achar que se calhar até devíamos usar todos) e dias houve em que eu chegava do trabalho, almoçava e passava o resto do dia a tratar desses pedidos, literalmente o resto do dia, fazia uma pausa para jantar e voltava ao trabalho. Agora cortei com isso, aprendi a dizer não, caso contrário rebentava. Continuo a fazer algumas, mas acima de tudo, quis voltar a costurar as coisas que me entusiasmam mais, principalmente agora que o uso se tornou obrigatório e supostamente é fácil de encontrar no mercado.
Juntou-se entretanto a escola em casa para a mais velha e o entreter o mais novo para deixar a irmã estudar. Os meus, gostam de estar em casa, aqui, não estão completamente fechados em casa, têm rua, têm campo para brincar... e têm-se um ao outro, noto-os mais amigos. Por eles, e nas palavras deles, a escola seria sempre assim, em casa.