sábado, 6 de junho de 2020

13-01-1955 ---- 22-05-2020

daqui
Há coisas que custam a sair para fora, que ficam presas na garganta. Dizer "o meu pai morreu" é algo que me vi forçada a dizer frequentemente ultimamente. Custa a sair, parece tão irreal. Depois de três semanas internado, a sentir-se abandonado, porque por culpa deste covid desgraçado não se podiam fazer visitas ao hospital, lá voltou uma semaninha para casa. Serviu essa semana para uma despedida que sabíamos que viria mais tarde ou mais cedo, só nunca pensámos que seria tão cedo. Passada essa semana, voltou para as urgências, onde umas horas depois, já na madrugada, o seu corpo sucumbiu à doença. Mais um que nos foi arrancado pelo cancro. 

mood: escrever para nada dizer

Como assim já estamos em Abril? E eu que queria tanto ter retornado aqui mais vezes, sei lá, nem que fosse para encher este espaço de palha ...