quarta-feira, 16 de março de 2022

Leituras desde 2021 até aqui

Acabei de perceber que há mesmo muito tempo que não publicava sobre os livros que tenho lido. O ano passado voltei a ficar aquém do desejado, o que pouco me agradou, assim que para este ano não coloquei mais na minha lista, o objetivo mantém-se, pelo menos um livro a cada mês e meio. Para já, está a correr bem, uma vez que este ano já li alguns, que vos deixo abaixo pela ordem que os fui lendo, com uma breve opinião dobre o mesmo. 



Bairro sem Saída - Fernando Ribeiro
Gostei. Já conhecia o trabalho de Fernando Ribeiro na poesia, e claro, como vocalista dos Moonspell, por isso não esperava menos do seu primeiro romance, onde nos transporta para o interior do Bairro da Brandoa, onde se acentuam as diferenças entre classes sociais, com uma escrita nua e crua, que não anda com floreados. Cativante, fácil de ler, daqueles que dificilmente se conseguem colocar de lado até terminar. 





A Rapariga no Gelo - Robert Brydza
Este foi o primeiro romance do autor que li. Não conhecia - isto é - conhecia o nome, mas não o trabalho - e afirmo que fiquei positivamente surpreendida. A verdade é que gostei muito, foi um livro que me prendeu do início até ao fim. Gosto de policiais, mistério e crime, e A Rapariga do Gelo está muito bem escrito, cumpre todos os requisitos. Este é o primeiro livro de uma saga que te como personagem principal a detetive Erika Foster, e fiquei mesmo com muita vontade de ler todos os outros livros da mesma. 





As Brumas de Avalon CAP. II A Rainha Suprema - Marion Zimmer Bradley
As Brumas de Avalon CAP. III O Rei Veado - Marion Zimmer Bradley
A LER: As Brumas de Avalon CAP. IV O Prisioneiro da Árvore - Marion Zimmer Bradley

Oh As Brumas de Avalon!! Tinha o primeiro livro (dos quatro) em casa havia anos, junto com outros livros já lidos de Marion Zimmer Bradley, que sempre foi uma das minhas preferidas, mas nunca o li, sempre à espera de conseguir os outros três e poder ler de uma rajada só. 

Até que no ano passado decidi pegar nele, com, ou sem os outros três. Já que o tinha, pelo menos sem ler o primeiro já não ficava. E claro, depois de o fazer, fiquei quase que um pouco obcecada em conseguir os outros. E acabei por ter a sorte de encontrar todos eles numa feira das velharias, da mesmo coleção deste que eu já tinha e tudo. 

Neste momento estou a meio do último, e a adorar. Não passa um dia sem que vá lá ler nem que seja um bocadinho quando não dá para ler durante horas... que isto demora, são livros de mais de 300 páginas e de letras pequeninas. Mas... vale cada uma delas (tirando os erros de impressão/revisão - como sabem é coisinha para me deixar c'os nervos!). M. Z. Bradley sabe contar-nos uma história, sabe tocar-nos no intimo, e amamos ou odiamos as personagens com ela, às vezes amamos e odiamos ao mesmo tempo. 

*** ¨¨¨¨ ***

Enão tinha ideia que tinha ficado tanto tempo sem escrever aqui sobre as minhas leituras, pois ainda tenho do ano passado, alguns livros lidos que não cheguei a partilhar. Foram eles:


O Lugar das Árvores Tristes - Lénia Rufino
Mais um primeiro romance para uma autora portuguesa em ascenção. Conheci a Lénia Rufino através de uma página de instagram que sigo, onde primeiro tive conhecimento de um grande gesto de solidariedade por parte da autora, não como escritora mas como ser humano, só depois tive conhecimento sobre o lançamento do seu livro (precisamente há um ano atrás), que adquiri ao fim de um par de semanas. Deve ter sido o livro que menos tempo levei a ler dos últimos tempos. Sabem aqueles livros que de tão interessantes que se nos fazem, parece que quando damos por nós já chegámos ao fim e ficamos com um travo agridoce na boca porque, por um lado, foi uma escrita maravilhosa, e ficámos completamente rendidos à forma como escreve, ao desenrolar da estória... mas, acabou. Acabou e nós queríamos mais... foi assim que me senti quando acabei de o ler. Já para não dizer que me identifiquei imenso com a personagem principal, Isabel no início da narrativa. 


As Brumas de Avalon CAP. I A Senhora da Magia - Marion Zimmer Bradley
(ver acima sobre as Brumas - este é o primeiro dos quatro)
Também cheguei a falar sobre isso aqui


Almoço de Domingo - José Luís Peixoto
E aqui o meu Peixoto. E é com muita tristeza que digo que não li Peixoto, como normalmente leio Peixoto. Reconheço a qualidade da escrita, está lá sim senhor - que o homem é um génio das palavras e que ninguém me diga o contrário. Mas nem sei o que foi, que não me cativou tanto nesta obra biográfica de uma das personalidades mais relevantes neste nosso país. Fui lendo, gostei de conhecer mais sobre a vida do homem - Rui Nabeiro. Levei meses a ler este livro, faltou motivação, aquela sede que tive com os outros livros de que vos falo acima. Não sei se fui eu, ou este livro, mas andámos ali num anda não anda os dois. 

quinta-feira, 3 de março de 2022

Guerra

Queria que os motivos que me trouxessem aqui hoje fossem felizes. Mas não são. Desde a última quinta feira que me sinto mal, pequenina, insignificante e aterrorizada. 
Como assim? Como uma guerra como esta que tem lugar nesta Europa?! Em 2022. Como é que não se aprende nada com a história? Como? Não consigo ficar indiferente, não consigo tirar o pensamento desta porcaria o dia inteiro. O choque inicial do primeiro dia deixou-me fisicamente doente. 

Ainda há coisa de um ano, lia um livro que descrevia o cenário de guerra em Sarajevo... sobre esse livro, escrevi...

Há passagens tão brutais que dei por mim a suster a respiração, a ter que fazer uma pausa, engolir um suspiro ou outro em seco, para poder continuar.
Lembrei-me muitas vezes de ser menina e ouvir falar desta guerra. Dos horrores que era uma guerra, e de ficar aterrorizada porque cheguei a ouvir o barulho ensurdecedor de (penso eu que eram) caças a sobrevoarem-nos. Na altura morava em Espanha, e não me perguntem porque conseguíamos ouvi-los de vez enquanto, mas aconteceu algumas vezes e toda eu tremia

Pouco depois, sobre a II Guerra mundial... Escrevi:

Dói ler estes relatos históricos, por vezes é quase impossível conseguir imaginar o que milhares de pessoas sofreram nas mãos de nazis sem qualquer pingo de humanidade. Os testemunhos dos sobreviventes são por vezes tão brutais, tão inacreditáveis! Hoje, à distância dos anos passados ouvimos falar do Holocausto e parece que não nos toca, mas devia. Devemos falar sobre isto sempre, mostrar a todas as gerações depois de nós o quão diabólico o homem consegue ser.
Curiosamente, enquanto li o livro cruzei-me com dois documentários na tv sobre esta altura, entre uma coisa e outra, nomes que se repetiram entre os livros e os documentários, senti que consegui perceber ainda melhor esta história e o quão condescendentes os alemães do pós-guerra foram com estes criminosos de guerra que na sua maioria escaparam impunes, ou com penas tão insignificantes que foram quase uma ofensa para os sobreviventes, um outro tipo de tortura.

Será que tudo se repete? Durante quanto tempo durará esta guerra? Será esta a tão temida III Guerra Mundial? O que vem ainda por ai? Estamos todos em risco? 

Confesso. As guerras, os desastres naturais são coisas que me dão um pavor terrível, porque vejo o quão pouco controlo temos sobre as nossas próprias vidas e dos outros. Ouvir falar em guerra, em ameaças de ataques com armas nucleares, tudo isso me deixa em estado de alerta, com medo, principalmente porque sou mãe, principalmente porque coloquei-os no mundo e não posso protegê-los da loucura do Homem.

E isto sou eu! Eu que estou geograficamente tão longe (ou tão perto), que apenas vejo os horrores por uma tela. Encolhe-me a alma, o coração, todo o espírito pensar naqueles que lá estão, a lutar, a esconderem-se, a tentar escapar. Até os que estão a lutar e a morrer às ordens de um ditador, um louco, um demónio, com o qual nem sequer concordam. A verem toda a sua vida a desaparecer em horas... caramba, a cada segundo.

Acabem com isto! Que as vidas humanas sejam colocadas, por uma vez, em primeiro lugar. Que deixem os interesses pessoais, políticos, sei lá, de lado. 

Entretanto, a vida continua para os que não estão diretamente envolvidos com este conflito... Como se nada fosse, a fazerem a sua vida, ignorando, olhando para o lado. Se calhar sou eu que tenho demasiado tempo sozinha para me abstrair disto, m e faz-me mal. 

Ano Novo... hábitos velhos

Primeira semana de 2025: checked! Uma pessoa começa cheia de vontade de trocar hábitos que nos incomodam ou que achamos não estarem tão bem,...