sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Feliz Natal a todos!


Da nossa família para a vossa, um muito Feliz Natal 
e que 2022 seja melhor que os últimos dois anos que ficam agora para trás!! 
 

sábado, 11 de dezembro de 2021

Novo cabeçalho e novo desafio para 2022

Reparei que não mudava o "look" deste espaço desde 2018. Isso não é nada normal em mim, que ando sempre a trocar tudo. Gostava muito do antigo cabeçalho, mas ando a precisar novamente de mudanças. 

Ultimamente, tenho sentido uma grande saudade de quem eu era quando era apenas uma miúda. Uma miúda que podia com tudo neste mundo, que sonhava com tudo e que acreditava que os sonhos são para se realizar. Que se expressava de tanta forma diferente, que respirava tanta forma de arte como se existisse dentro da sua própria pele. 

Porém, sei que já não sou essa menina, que a vida mostrou que nem todos os sonhos são para seguir, aliás, que nem todos os sonhos são bons de manter. Por vezes, evoluem, mudam, transformam-se noutros, ou em alternativas mais palpáveis.

Sinto falta dessa menina, mas não quero ser ela outra vez, quero ser outra versão dela. A minha versão atual. Redescobrir-me a mim mesma, voltar a explorar pedaços de mim, de mim mesma, e não das coisas que me acontecem, ou das pessoas que me rodeiam. 

Uma das coisas que quero recuperar de mim é a escrita. Já não sei escrever. De tempos a tempos deparo-me com coisas que escrevi há mais de vinte anos e fico espantada com a capacidade que tinha de transformar sentimentos em palavras. Creio que perdi o jeito, mas quero muito voltar a encontrá-lo. 

Para 2022, quero propor-me um novo desafio. Quero desafiar-me a escolher um tema diferente a cada dia, e escrever um texto baseado nesse tema. Não faço a mínima ideia se vou conseguir, não faço ideia que tipo de textos vão sair daqui, acredito que a prática, seja para o que for, é precisa, e é isso que pretendo. Praticar. Pode sair daqui uma bela merda, mas e depois? Se não tentar, nunca saberei. 

E tu? Tens saudades de alguma parte do que já foste? O quê? 


domingo, 31 de outubro de 2021

Happy Halloween

 Espero que estejam a aproveitar bem este Halloween. Cá por casa somos fãs, e este ano lá voltámos a decorar a casa (mais concretamente, a sala) com pequenos detalhes. 


A festa fizemos na passada sexta feira, que coincidiu com o meu 38º aniversário. Tivemos alguns pratos temáticos, mas no geral foi bastante simples. Durante as últimas semanas também preparei lanches temáticos para os miúdos, e a alegria que isso lhes dá não tem preço. 



Hoje que já é o dia em si, não fizemos nada de especial, para além de aproveitar o domingo de ronha que este tempo acabado de chegar, com vento e chuva pede. E por ai? Como se festeja (ou não?!) o Halloween? 

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Destralhar vs. o que compramos

Há já uns dias que há algo que não me sai da cabeça. Isto, possivelmente veio de algum post no instagram ou coisa do género, onde muito se falava de destralhar, destralhar... Ando com dúvidas persistentes. Eu, apologista do destralho, penso: quanto lixo não mandamos nós para a lixeira sem saber que fim terá? Só porque saí da nossa casa, não quer dizer que deixe de existir, certo?

Cada vez estou mais certa que, pelo menos cá por casa, o futuro passa, cada vez mais, pelo reaproveitamento daquilo que ainda está bom de se usar (transformar, se necessário) e apesar de por vezes ser uma luta interior resistir a comprar novo, a nossa escolha recai geralmente por comprar usado. Não nos faz nenhuma confusão, principalmente quando há coisas tão bem estimadas.

E até os miúdos já estão treinados, adoram ir ao mercado das velharias. Primeiro porque conseguem comprar mais do que nas lojas de produtos novos, e para eles é uma felicidade, porque nunca sabem o que vão encontrar, a própria ida às compras é uma aventura em si.

Se fico com mais tralha em casa (em relação aos miúdos?!), sim, ficamos, mas é uma tralha temporária. Volta e meia reciclamos os brinquedos e doamos os que estão bons. Raramente mandamos este tipo de coisas para o lixo, só quando estão mesmo num estado em que não servem para brincar.

É que sinceramente, destralhar parece ser uma moda, mas destralhar para depois voltar a encher a casa com um monte de coisas, para voltar a destralhar dentro de uns meses porque já não estão na moda - como tenho visto por ai, não me faz lá muito sentido... era isto!

sábado, 7 de agosto de 2021

Destes Dias #28

Como prometido, venho partilhar o resto do mais relevante de Julho, e desta oportunidade de passarmos mais tempo de qualidade juntos. Então, deixem lá ver, levámos os miúdos a passear por Loulé, onde nunca tinham ido. Adoraram o jardim, vimos um grupo a praticar tai chi e ficaram deslumbrados a observar. Foram felizes para o parque infantil, mas a experiência não foi a melhor, uma vez que estavam lá uns miúdos arruaceiros e até cuspiram em cima do meu  miúdo. Estava capaz de pregar um estalo a cada um deles, que nem aos pais tinham respeito. O pior, é que nem falavam português, e pais à vista também não havia. Deviam ter a idade dos meus, nem eram muito grandes nem nada. 



Visitámos lugares onde costumávamos ir quando eram mais pequenos e que já não visitávamos há mesmo muito tempo. Temos fotos com ambos nesses baloiços, eram eles pequeninos e andavam ao meu colo, quando ainda (os baloiços) estavam inteiros. 



E para finalizar, já mais para o fim do mês, fomos um bocadinho mais longe, numa viagem de um dia a Tomar. O objetivo era levar os primos ao acampamento de férias, e aproveitar para passear. Eu só tinha um pedido, ir visitar o Covento de Cristo. E fomos. Só tinha estado em tomar duas vezes, uma quando era miúda e nem me lembro disso, outra, adolescente, numa excursão com a escola. Tomar foi apenas paragem para o almoço, mas nunca mais esqueci o rio, o centro é lindo. 
Almoçámos por lá e descemos até Santarém onde nos encontrámos com um amigo dos tempos de escola e que há um par de anos voltou para a sua terra. Depois, só voltámos a parar em Alcácer do Sal para jantar. Foi um dia cansativo, porque foi muito tempo no carro, para lá e para cá, mas soube-me pela vida. Só a visita ao Convento, com a fascinação que eu tenho pelos Templários, e imaginar que andaram por aquelas mesmas pedras, salas, etc... Só por isso valeu a pena, mas também não posso deixar de mencionar as belas paisagens que apanhámos pelo caminho. Portugal é realmente um país muito rico que merece ser visitado como deve ser. É por isso que está decido, nas próximas férias, queremos explorar mais o centro do país. 




segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Destes Dias #27

Em Julho estivemos todos em casa, o que é algo sem precedentes, todo um mês juntos e eu que estou habituada a passar tanto tempo sozinha - e que preciso de o fazer, na verdade, que eu amo os meus filhos e homem, mas chiça, para o bem da minha sanidade mental, tenho mesmo de ter uns momentos a sós... 

Ai caraças, já estou a divagar. Dizia eu, que um mês com a maltinha toda em casa, o dia inteiro, já está a parecer uma eternidade, mas não faz mal. Aproveitámos para fazer uns passeios, coisas que nem sempre temos essa oportunidade de fazer. 

Julho foi rico em bons momentos e venho partilhar alguns deles. Começámos por acampar mesmo aqui na nossa cidade. A minha irmã teve a autocaravana no parque umas duas ou três semanas e nós fomos passar um sábado lá (o último de Junho ainda), e depois o fim de semana seguinte também. 

Os miúdos adoram estas andanças, o pequeno é louco por água e aproveitou muito bem a piscina. Temos que ter 20 olhos cada um com este miúdo. Não tem medo nenhum, manda-se à água como se não houvesse amanhã e que se lixe se tem pé se não tem. Ele já se vai desenrascando a nadar mas se se cansa, ainda se vê aflito. 




Outro dos sítios que visitámos foi a exposição de dinossauros em Albufeira, no parque do ribeiro. O mais novo não estava lá muito entusiasmado quando chegou, mas depressa ficou, leu as informação de todos os dinossauros com a mana, e acabou por ser um momento muito agradável para todos. Levámos farnel e fizemos um piquenique por lá também, o parque tem mesas e bancos e bastante espaço verde, onde correram, saltaram e rebolaram o quanto lhes apeteceu. 




Fizemos praia, fomos a uma festa de aniversário com mais piscina (e ainda houve a do meu filho no início do mês, e do marido no fim), demos umas voltas de mota... entretanto, mostro mais num próximo post para não carregar este ainda mais. 



quinta-feira, 1 de julho de 2021

As Brumas de Avalon - A Senhora da Magia |Marion Zimmer Bradley|

Há uns dias terminei de ler o volume I d''As Brumas de Avalon, A Senhora da Magia" de Marion Zimmer Bradley. Há anos que tinha o livro em casa, mas como não tinha os quatro volumes nunca peguei nele. Curiosamente, apesar das Brumas (que têm a mesma idade que eu *hehe*), ser das obras mais conhecidas da autora, não foi com ela que a conheci quando era bem novinha, desde então que se tornou uma das minhas autoras preferidas, e havia anos que não lia nada dela. Foi desta e agora ando com uma vontade imensa de ler os outros três volumes, o único problema é que não tem sido fácil encontrar, - se alguém tiver os outros três volumes e se quiser separar deles, faça favor de avisar!


quarta-feira, 30 de junho de 2021

A Gabriela já tem 10 anos!

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Sabem quando vos perguntam a típica questão:

"onde te imaginas daqui a 10 anos?"

Quanto a vocês não sei, mas eu nunca me consegui imaginar daqui a dez anos, em nenhuma fase da vida. Há dez anos, a minha filha mais velha veio conhecer o mundo, e nunca imaginei que os anos passassem assim, tão rápido.

Sabem, é que há dez anos, entrámos juntas nesta aventura. Eu aprendi a ser mãe dela - e vou aprendendo a cada dia - e ela, desde esse dia, que foi aprendendo tudo, e que privilégio poder acompanhar, guiar, vê-la brilhar com luz própria.

Parece que ainda há pouco era uma bebé magrinha e comprida, que fazia caretas e só queria mamar. Cresceu, e tanto que cresceu (está a 18 cm de me igualar em altura, e a 8 kg de me igualar em peso) e muitas vezes tenho medo de me esquecer como eramos. Eu feita mãe dela, e ela tão pequenina.

Passámos muito tempo juntas, as duas. Erámos só nós tantas vezes, e muitas delas foram bem difíceis, mas tudo isso passou, agora tenho ao meu lado uma menina crescida, que conversa comigo, que é minha cúmplice, mesmo sendo a verdadeira menina do papá.


terça-feira, 15 de junho de 2021

Mudar


Oficialmente, hoje seria o último dia no meu local de trabalho, porém o patrão vai passar por uma pequena cirurgia e pediram-me para ficar até ao fim desta semana. Assenti. Há dois meses atrás achei que era altura de cerrar o círculo, mudar, fazer mais daquilo que me faz feliz e deixar para outros aquilo que (estando a passar por uma grande mudança também) já não fazia sentido para mim... e que grande peso me saiu dos ombros quando o fiz. 

Larguei o trabalho para ter novamente mais tempo, cabeça e disposição para os meus filhos, pois onde estava, essas características estavam a esvair-se. Mas não só para os meus filhos, na verdade foi muito por mim também, por alguma paz e sanidade mental, para combater níveis de ansiedade que não tinha conhecimento de ter tido antes. 

Saí, sem um plano ainda definido para os próximos tempos, mas com a certeza de que ainda assim não quero ficar parada. Quero seguir os sonhos que me enchem há tanto tempo. O meu lema, é um dia de cada vez, acreditar que as coisas acontecem quando têm de acontecer. Além disso, hoje mais do que nunca, sei perfeitamente onde quero estar. 


E tu? Estás feliz onde estás? 

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Lidos nas últimas semanas

Sabem uma coisa? Estou super entusiasmada com as minhas leituras. Apesar de não ter feito grandes resoluções este ano, uma das coisas que me propus fazer foi ler mais do que no ano anterior. Várias vezes me tenho desafiado a ler pelo menos um livro por mês, o que já seria muito bom, - por entre tudo o resto que há para fazer, - e facilmente me desiludo quando fico aquém do desejado.

Para este ano, coloquei um objetivo menos exigente a mim mesma. Por favor, lê pelo menos oito. Oito livrinhos apenas. Teria cerca de mês e meio para cada um. Não contava com a imensa vontade que tenho sentido este ano de me afastar de tudo o que me consome de forma menos positiva, e agarrar-me de unhas e dentes a todo o oposto. Tudo aquilo que faço tão somente por mim, que me transfere para um outro lugar.

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E ler é uma dessas coisas. E tem fluido, sem esforço, sem obrigações. Estamos em Abril e estou a terminar o quinto livro do ano. Depois desteeste, li O Bosque dos Pigmeus de Isabel Allende, umas das preferidas. 

O Bosque dos Pigmeus faz parte de uma trilogia, mas aqui a je começou precisamente pelo último dos três. Mas quando o comecei não sabia que era uma trilogia. Adquiri o livro em segunda mão, com mais um outro da autora. Felizmente a minha irmã tem os três e já lhe pedi que me empreste os primeiros, e esses sim, quero ler na ordem certa. 

Que gosto muito da forma como I. Allende escreve já vocês sabem. E gosto particularmente como mistura realidade e fantasia, e o quão espiritual consegue ser ao mesmo tempo. Mais uma vez, ler Allende foi não conseguir colocar o livro de lado, mesmo quando os olhos queriam cerrar para o belo descanso merecido ao fim do dia. 
 

S i n o p s e :

Depois da Amazónia e dos Himalaias - cenários dos primeiros livros da trilogia -, desta vez a aventura decorre em África, onde Nadia e Alexander acompanham a avó Kate em mais uma expedição da International Geographic.

Uma série de peripécias e os ciúmes de um elefante vão animar a semana que o grupo passa num safari. Mas o aparecimento de um padre espanhol vai alterar completamente os planos de terminar a reportagem e voltar para a capital, arrastando todo o grupo para um bosque misterioso habitado por pigmeus. Aí, e seguindo o rasto de dois missionários desaparecidos, instalam-se numa aldeia governada pelo rei Kosongo, pelo comandante Mbembelé e pelo bruxo Sombe, um triunvirato assustador que escraviza os pigmeus e o seu próprio povo para enriquecer com o contrabando.

Em O Bosque dos Pigmeus, o livro que encerra a trilogia As Memórias da Águia e do Jaguar, Isabel Allende faz-nos descobrir novamente um mundo mágico e misterioso.

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Depois li um livro que tinha em lista de espera há uns bons meses, creio que o encontrei também na feira das velharias local (eu e os miúdos adoramos fazer caça ao tesouro, e temos umas saudades disso que não imaginam!). Gosto de livros históricos, já vos disse, gosto tanto de saber como as coisas aconteceram, como eram... Este não é no entanto, um livro histórico no real sentido da palavra, e sim um romance, porque vários dos fatos não estão precisamente datados, ou algumas lacunas foram preenchidas pela autora, a própria história de Joana, a Papisa nunca foi provada/aceite como verdadeira, embora tenha atravessado os tempos de boca em boca, e existam até alguns documentos que a mencionam.  

Não foi propositado mas este ano não li um único livro em que o pior do ser humano não fosse destaque claro... ora vejamos, comecei pela guerra na Bósnia, passei pela segunda guerra mundial e extermínio aos judeus pelas SS, atravessei uma Africa onde uma tribo vive escravizada e chego a este livro A Papisa Joana de Donna Woolfolk Cross, numa época em que as mulheres não eram tratadas como seres humanos. 

Diz a lenda que Joana viveu no século IX e que disfarçada de homem chegou ao cargo mais elevado dentro da Igreja Católica, tendo-se tornado Papisa. O livro conta a sua história desde que era apenas uma menina, que já sentia na pele o fardo pesado de ter nascido mulher numa era completamente misógina. Mas Joana era inteligente, e foi usando o seu dom para os estudos que trilhou o seu caminho até chegar a Papisa. 

Algumas passagens do livro não são para os mais fracos. Por várias vezes me senti uma felizarda só por poder estar a ler aquelas páginas, porque as mulheres tiveram que passar por muito, mesmo muito, coisas inimagináveis para nós hoje em dia, para que neste momento, nós pudéssemos ser tratadas com dignidade e não como mera carne para canhão. Mas o que mais me alcançava era saber que em várias partes do mundo, ainda existem tantas mulheres que passam por horrores tão similares, mesmo nos nossos dias. Umas tivemos mais sorte do que outras. E não pude deixar de ler as piores passagens com isso em mente, a agradecer pelo meu privilégio e a desejar que não fosse um privilégio de algumas, e sim a realidade de todas. 

Não consegui colocar o romance de lado, mesmo! Cheguei mesmo a sacrificar umas boas horas das minhas férias onde tinha planeado outros afazeres, só para continuar a ler, folha após folha. Completamente viciada nisto. Nunca vi o filme, e quero muitoooo ver. 



S i n o p s e :

No ano de 814, Idade Média, que ficou conhecida como a Idade das Trevas, as mulheres eram impedidas de estudar, podiam ser estupradas e até mortas pelos maridos. O conhecimento estava sufocado, os países hoje conhecidos na Europa não existiam, nem os idiomas modernos. Cada região tinha o seu dialeto e a lingua culta era o latim, herdada do Império Romano, que já havia sido derrubado pelas invasões bárbaras. Foi neste período sombrio que uma mulher passou a maior parte de sua vida vestida de homem, estudou medicina, foi médica do papa e tornou-se ela mesma papisa - durante dois anos. A história da Papisa Joana foi conhecida até o século XVII, quando o Vaticano resolveu apagá-la da história da Igreja. Não adiantou. Dona Woolfolk Cross pesquisou, descobriu os arquivos e achou a história tão fascinante que a transformou num romance, em que aventura, sexo e poder cruzam-se com maldições, guerras e heresias.

segunda-feira, 8 de março de 2021

O Farmacêutico de Auschwitz |Patricia Posner|


SINOPSE

O Farmacêutico de Auschwitz relata a história pouco conhecida de Victor Capesius, um vendedor de produtos farmacêuticos que, em 1943, entrou para a SS e rapidamente se tornou o farmacêutico-chefe de Auschwitz, o maior campo da morte da Alemanha nazi. Baseando-se em arquivos secretos e documentos até agora confidenciais, Patricia Posner revela o reinado de terror de Capesius naquele campo, a sua fuga à justiça - em parte alimentada pelo ouro que ele tinha roubado das bocas de cadáveres - e também como um punhado de corajosos sobreviventes e um destemido promotor público, finalmente, o levaram a julgamento por assassínio vinte anos depois do fim da guerra.

O Farmacêutico de Auschwitz apresenta-nos um vislumbre fascinante do pacto do Diabo feito entre os nazis e o maior grupo empresarial da Alemanha, a I. G. Farben. Esta é uma história de homicídio e de ganância com as suas raízes no coração do Holocausto. É relatada por meio de figuras de proa nazis e industriais transformados em criminosos de guerra, agentes secretos e promotores zelosos, intrépidos sobreviventes dos campos de concentração e caçadores de nazis.

Num cenário que abarca a guerra lançada por Hitler para conquistar a Europa, a Solução Final e os esforços da Alemanha do pós-guerra para encarar o seu passado sombrio, Patricia Posner mostra-nos as terríveis profundezas às quais homens banais são capazes de submergir, quando desconhecem limites impostos pela consciência e pela mais vaga noção de moral.


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O tema da II Guerra Mundial é um tema que me desperta sempre interesse desde que ouvi falar sobre o mesmo pela primeira vez na escola. Mostraram-nos na altura um filme/documentário sobre Anne Frank que me marcou profundamente. Claro que pouco depois li o livro. 

Dói ler estes relatos históricos, por vezes é quase impossível conseguir imaginar o que milhares de pessoas sofreram nas mãos de nazis sem qualquer pingo de humanidade. Os testemunhos dos sobreviventes são por vezes tão brutais, tão inacreditáveis! Hoje, à distância dos anos passados ouvimos falar do Holocausto e parece que não nos toca, mas devia. Devemos falar sobre isto sempre, mostrar a todas as gerações depois de nós o quão diabólico o homem consegue ser. 

Curiosamente, enquanto li o livro cruzei-me com dois documentários na tv sobre esta altura, entre uma coisa e outra, nomes que se repetiram entre os livros e os documentários, senti que consegui perceber ainda melhor esta história e o quão condescendentes os alemães do pós-guerra foram com estes criminosos de guerra que na sua maioria escaparam impunes, ou com penas tão insignificantes que foram quase uma ofensa para os sobreviventes, um outro tipo de tortura.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Vir ao Mundo |Margaret Mazzantini|

 


Sinopse

Gemma deixa para trás a sua vida e entra num avião com o filho de dezasseis anos, Pietro. Destino: Sarajevo, uma cidade entre o Ocidente e o Oriente, ainda cicatrizada pelas feridas de um passado recente. À sua espera no aeroporto está Gojko, um poeta bósnio, velho amigo, que durante os dias festivos das Olimpíadas de Inverno de 1984 apresentou Gemma ao amor da sua vida, Diego, um fotógrafo que captava cenas de beleza estonteante nos reflexos de poças de água.
Este romance conta a história do seu amor, de dois jovens em tempos frenéticos e envelhecidos pela guerra. Uma história de amor tão apaixonada e imperfeita como apenas o amor verdadeiro pode ser, num ambiente contemporâneo e devastador do mundo em guerra e em paz. 

Há pouco mais de uma semana acabei de ler este livro. Adquiri-o numa feira das velharias pré-covid, e pela sinopse do mesmo fiquei interessada nele. Só no fim deste ano que acabou é que peguei nele, e não fazia ideia do quanto me ia tocar, do quanto iria sentir as palavras desta obra. 

A narrativa é absolutamente cativante, e a história em si é devastadora. Por entre as linhas revi pedaços de mim, dores e sentimentos que guardamos tão para nós mesmos, e que quando alguém os transpõe para fora, fazem com que se nos aperte o peito... mesmo que tenha sido tudo lá para trás, distante. 

A ação principal decorre na cidade de Sarajevo, num cenário de guerra, mas temos também uma imagem de como era a cidade antes, das suas gentes, e como se tornou alguns anos depois, como afetou quem passou por horrores que mesmo que nos sejam descritos ao detalhe, quem não esteve lá, quem não passou por isso não pode compreender. 

Há passagens tão brutais que dei por mim a suster a respiração, a ter que fazer uma pausa, engolir um suspiro ou outro em seco, para poder continuar. 

Lembrei-me muitas vezes de ser menina e ouvir falar desta guerra. Dos horrores que era uma guerra, e de ficar aterrorizada porque cheguei a ouvir o barulho ensurdecedor de (penso eu que eram) caças a sobrevoarem-nos. Na altura morava em Espanha, e não me perguntem porque conseguíamos ouvi-los de vez enquanto, mas aconteceu algumas vezes e toda eu tremia. 

Este livro é a história de Gemma, do amor da sua vida Diego. Mas é muito mais, com muitas outras histórias pelo meio, vidas cruzadas, dor e superação. Com um final surpreendente, deveras tocante. Não conhecia a autora, mas fiquei encantada pela sua escrita. Encontrei este belo resumo deste livro, eu jamais o descreveria tão bem. 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O arrastar dos dias

O arrastar dos dias

    São todos iguais. Poucas diferenças encontro de uns para os outros, e sem querer, sem sequer pensar muito nisso, vou-me perdendo um pouco mais. Desligo. Desligo tudo e digo que não tenho tempo para nada. Dou passos, por vezes largos, por vezes arrastados. Nem sei muito bem o que ando a fazer. Mesmo quando tenho a cabeça cheia de ruído e vontades. Os dias. Pouco alteram uns dos outros, mas até as coisas que me davam prazer, têm ficado para trás, uma a uma, depois dos dias, semanas, meses, anos. Olho para a pilha de coisas que tenho para fazer - não aquelas que temos de fazer quer se goste ou não - olho para a pilha de coisas que tenho para fazer. Coisas que gosto de fazer; e não sei por onde começar! Não sei! E penso que amanhã vai correr melhor, que amanhã vou acordar com maior energia, com maior vontade. E amanhã, volto a ficar sentada (ou de pé), mas sem saber por onde começar.

Escrevi isto em 2016 num outro blogue, hoje por algum motivo encontrei esta publicação. Há muito tempo que vivo com esta sensação diariamente. Por vezes paro para tentar perceber quando é que isso começou, porque é que isso começou. Ao reler esta e outras publicações do mesmo ano, creio ter percebido que foi ali, nos primórdios desse ano que tudo começou a pesar, a arrastar-se, preso a mim, um peso que carrego sem saber como aliviar. Porquê? Nem sei bem. Foi o ano que voltei a trabalhar fora de casa, é verdade, mas esta publicação, por exemplo é anterior a isso. Todos os dias me deito a acreditar que o dia seguinte será melhor, que eu serei melhor, que farei mais... mas... 

domingo, 3 de janeiro de 2021

desafio: 3 meses sem compras (3º e último mês) ... e já agora, bom ano novo!



Então bom ano minha gente! Mais uma virada e toda a gente cheia de esperança neste novo ano. Não estou nem eufórica nem apática em relação a 2021. Estou aqui para ver o que trará. 

E chegado Dezembro ao fim, chegou também o meu desafio dos 3 meses sem comprar roupas ou tecidos. Se a memória não me falha, este é capaz de ter sido o melhor dos três meses, apesar do Natal. 

A verdade, é que este ano não andei feita louca a tratar de prendas de Natal. Há vários anos que queria passar a oferecer só às crianças mas nunca mais arrancava com isso. O ano passado já consegui reduzir e agora neste é que foi mesmo a bombar. Só dei prendas de Natal às crianças mais pequenas, algumas mais velhinhas já ficaram de fora... 

A única pecinha de roupa que comprei, foi uma camisola interior de algodão para o meu miúdo, o tecido era muito bom e estava a um preço simpático, não quis deixar de aproveitar pois ele até precisa. AH! Lembrei-me agora, comprei duas (ou três) leggings para mim com pelinho por dentro porque o frio apertou e eu sou uma moça friorenta. 

Estou livre outra vez para comprar o que me apetecer sem remorsos - diz ela, que na verdade nunca compro assim ao deus dará se não precisar mesmo -  e a minha sobrinha já me cravou para ir com ela aos saldos gastar o dinheiro que recebeu no Natal. Lá terei de ir, vou espreitar uma camisolas para a minha mais velha também. Mais um pulo! Muitos pulos dão estes miúdos, quando uma pessoa acha que está orientada com a roupa deles. Lá vêm os pulos, ora dum ora doutro e lá vamos às comprinhas. 

Ano Novo... hábitos velhos

Primeira semana de 2025: checked! Uma pessoa começa cheia de vontade de trocar hábitos que nos incomodam ou que achamos não estarem tão bem,...