quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Vir ao Mundo |Margaret Mazzantini|

 


Sinopse

Gemma deixa para trás a sua vida e entra num avião com o filho de dezasseis anos, Pietro. Destino: Sarajevo, uma cidade entre o Ocidente e o Oriente, ainda cicatrizada pelas feridas de um passado recente. À sua espera no aeroporto está Gojko, um poeta bósnio, velho amigo, que durante os dias festivos das Olimpíadas de Inverno de 1984 apresentou Gemma ao amor da sua vida, Diego, um fotógrafo que captava cenas de beleza estonteante nos reflexos de poças de água.
Este romance conta a história do seu amor, de dois jovens em tempos frenéticos e envelhecidos pela guerra. Uma história de amor tão apaixonada e imperfeita como apenas o amor verdadeiro pode ser, num ambiente contemporâneo e devastador do mundo em guerra e em paz. 

Há pouco mais de uma semana acabei de ler este livro. Adquiri-o numa feira das velharias pré-covid, e pela sinopse do mesmo fiquei interessada nele. Só no fim deste ano que acabou é que peguei nele, e não fazia ideia do quanto me ia tocar, do quanto iria sentir as palavras desta obra. 

A narrativa é absolutamente cativante, e a história em si é devastadora. Por entre as linhas revi pedaços de mim, dores e sentimentos que guardamos tão para nós mesmos, e que quando alguém os transpõe para fora, fazem com que se nos aperte o peito... mesmo que tenha sido tudo lá para trás, distante. 

A ação principal decorre na cidade de Sarajevo, num cenário de guerra, mas temos também uma imagem de como era a cidade antes, das suas gentes, e como se tornou alguns anos depois, como afetou quem passou por horrores que mesmo que nos sejam descritos ao detalhe, quem não esteve lá, quem não passou por isso não pode compreender. 

Há passagens tão brutais que dei por mim a suster a respiração, a ter que fazer uma pausa, engolir um suspiro ou outro em seco, para poder continuar. 

Lembrei-me muitas vezes de ser menina e ouvir falar desta guerra. Dos horrores que era uma guerra, e de ficar aterrorizada porque cheguei a ouvir o barulho ensurdecedor de (penso eu que eram) caças a sobrevoarem-nos. Na altura morava em Espanha, e não me perguntem porque conseguíamos ouvi-los de vez enquanto, mas aconteceu algumas vezes e toda eu tremia. 

Este livro é a história de Gemma, do amor da sua vida Diego. Mas é muito mais, com muitas outras histórias pelo meio, vidas cruzadas, dor e superação. Com um final surpreendente, deveras tocante. Não conhecia a autora, mas fiquei encantada pela sua escrita. Encontrei este belo resumo deste livro, eu jamais o descreveria tão bem. 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

O arrastar dos dias

O arrastar dos dias

    São todos iguais. Poucas diferenças encontro de uns para os outros, e sem querer, sem sequer pensar muito nisso, vou-me perdendo um pouco mais. Desligo. Desligo tudo e digo que não tenho tempo para nada. Dou passos, por vezes largos, por vezes arrastados. Nem sei muito bem o que ando a fazer. Mesmo quando tenho a cabeça cheia de ruído e vontades. Os dias. Pouco alteram uns dos outros, mas até as coisas que me davam prazer, têm ficado para trás, uma a uma, depois dos dias, semanas, meses, anos. Olho para a pilha de coisas que tenho para fazer - não aquelas que temos de fazer quer se goste ou não - olho para a pilha de coisas que tenho para fazer. Coisas que gosto de fazer; e não sei por onde começar! Não sei! E penso que amanhã vai correr melhor, que amanhã vou acordar com maior energia, com maior vontade. E amanhã, volto a ficar sentada (ou de pé), mas sem saber por onde começar.

Escrevi isto em 2016 num outro blogue, hoje por algum motivo encontrei esta publicação. Há muito tempo que vivo com esta sensação diariamente. Por vezes paro para tentar perceber quando é que isso começou, porque é que isso começou. Ao reler esta e outras publicações do mesmo ano, creio ter percebido que foi ali, nos primórdios desse ano que tudo começou a pesar, a arrastar-se, preso a mim, um peso que carrego sem saber como aliviar. Porquê? Nem sei bem. Foi o ano que voltei a trabalhar fora de casa, é verdade, mas esta publicação, por exemplo é anterior a isso. Todos os dias me deito a acreditar que o dia seguinte será melhor, que eu serei melhor, que farei mais... mas... 

domingo, 3 de janeiro de 2021

desafio: 3 meses sem compras (3º e último mês) ... e já agora, bom ano novo!



Então bom ano minha gente! Mais uma virada e toda a gente cheia de esperança neste novo ano. Não estou nem eufórica nem apática em relação a 2021. Estou aqui para ver o que trará. 

E chegado Dezembro ao fim, chegou também o meu desafio dos 3 meses sem comprar roupas ou tecidos. Se a memória não me falha, este é capaz de ter sido o melhor dos três meses, apesar do Natal. 

A verdade, é que este ano não andei feita louca a tratar de prendas de Natal. Há vários anos que queria passar a oferecer só às crianças mas nunca mais arrancava com isso. O ano passado já consegui reduzir e agora neste é que foi mesmo a bombar. Só dei prendas de Natal às crianças mais pequenas, algumas mais velhinhas já ficaram de fora... 

A única pecinha de roupa que comprei, foi uma camisola interior de algodão para o meu miúdo, o tecido era muito bom e estava a um preço simpático, não quis deixar de aproveitar pois ele até precisa. AH! Lembrei-me agora, comprei duas (ou três) leggings para mim com pelinho por dentro porque o frio apertou e eu sou uma moça friorenta. 

Estou livre outra vez para comprar o que me apetecer sem remorsos - diz ela, que na verdade nunca compro assim ao deus dará se não precisar mesmo -  e a minha sobrinha já me cravou para ir com ela aos saldos gastar o dinheiro que recebeu no Natal. Lá terei de ir, vou espreitar uma camisolas para a minha mais velha também. Mais um pulo! Muitos pulos dão estes miúdos, quando uma pessoa acha que está orientada com a roupa deles. Lá vêm os pulos, ora dum ora doutro e lá vamos às comprinhas. 

Ano Novo... hábitos velhos

Primeira semana de 2025: checked! Uma pessoa começa cheia de vontade de trocar hábitos que nos incomodam ou que achamos não estarem tão bem,...