domingo, 4 de setembro de 2016

Mãe em casa ou mãe a trabalhar?!


Em inglês chamam-nos/lhes "stay at home moms", que traduzido à letra seria, "mães que ficam em casa", porém por cá, chamamos-lhes/nos "mães a tempo inteiro" e isto minha gente tem feito correr muita tinta porque as mães que trabalham sentem-se ofendidas e atacadas, como se elas fossem apenas mães a tempo parcial. 

É mais que óbvio que isso são balelas, nenhuma mãe é mãe a tempo parcial, porque a partir do momento que os geramos que somos todas mães a tempo inteiro. Mesmo nos momentos em que não temos as crias debaixo das asas, os nossos corações não deixam de se preocupar com eles. 

fonte
Os dois grupos de mães acima mencionados, passam a vida a "atacar" o outro sem necessidade nenhuma. O tipo mãe que trabalha também se divide em dois:
1. a mãe que queria ficar em casa com os filhos e que vive angustiada na sua vida profissional 
2. a mãe que não pode passar sem a sua independência e vida profissional para se sentir completa. E não há mal nenhum nisso. Uma mulher não é apenas mãe. 

Depois existem as mães que por escolha própria, acharam por bem abdicar da sua vida profissional, de uma carreira, para se dedicarem aos filhos. 

E eu fui essa mãe, que deixou o trabalho quando a minha filha mais velha nasceu. Fiquei sempre em casa com ela até que entrou na creche já com dois anos feitos. Quando me preparava para voltar ao activo, engravidei de novo e optei por ficar novamente em casa pelo mais novo que está agora com dois anos também e que começa amanhã na creche também. 

Aos dois tipos de mães, peço que não se acusem. A mãe que trabalha não é menos mãe, trabalha fora, cuida dos filhos nas horas que restam. A mãe que fica em casa, não passa a vida de papo para o ar mesmo que no fim do dia a casa pareça ter sido varrida por um furacão. É um trabalho ingrato, nada reconhecido, um arruma constante com criancinhas atrás o dia inteiro a desarrumar logo a seguir. 

A mãe que fica em casa, é muitas vezes serviço público para a família porque "ah, está em casa e tem tempo para fazer isto e aquilo, ou ficar com este ou aquele, afinal já fica com um ou dois que mal faz mais um?!". E ninguém quer saber se por vezes está tão, mas tão esgotada de almoços, e jantares e lanchinhos, e fraldas e birras, e estorinhas e banhos que só queria um par de horas para descansar, mas não pode ser porque essa mãe, geralmente anda com os rebentos atrás 24h por dia. 


Neste momento acredito que tenho o melhor dos dois mundos. Um part-time onde só trabalho 4h pelas manhãs, ficando com o resto do dia livre para eles. Onde não ganho muito, mas ganho algum, o que é melhor que a sensação de inutilidade quando se fala de orçamento familiar, e é ter a sensação de alguma independência outra vez. 

Amanhã, o pequenino entra na creche. As nossas rotinas vão começar a alterar-se, a mais velha só começa mais para o meio do mês. Tenho a certeza que nos vai saber bem a todos não estarmos sempre juntos, porque a hora que os for buscar será de grande alegria e terei toda a energia necessária para me dedicar a eles. 

5 comentários:

  1. Não faz sentido nenhum as mães criticarem-se mutuamente e, infelizmente, isso acontece muito.
    Somos todas diferentes e, como tal, temos opções diferentes e não há mal nenhum nisso. bem monótono seria o mundo se fossemos todas iguais.
    Eu não sou mãe a tempo inteiro e, com franqueza não conseguiria ser durante muito tempo (mais de 2 anos) mas gostaria muito de ter mais tempo durante o dia para estar com as minhas filhas. Gostaria imenso de as ir buscar mais cedo à creche e ter mais tempo de qualidade com elas.
    Admiro muito as mães que optam por estar em casa com os filhos. Sei o trabalho que dá e não é nada fácil, mesmo nada.
    Um beijinho enorme para todas as mães

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    1. Não faz sentido, mas acontece tanta vez. No fundo a mãe que está em casa por vezes deseja ser a mãe que sai para trabalhar e vice versa, por isso, e como o ser humano por vezes parece que lhe falta um parafuso, o que fazem é atacar o "objeto cobiçado". Tal como alguém diz "estás tãooooo magra!" quando na verdade pensa "Bitch, como consegues e eu não" - lol É um exemplo com algum humor mas é isso mesmo.
      Eu fui mãe a tempo inteiro por 5 anos, e apesar de estar agora a trabalhar, são apenas 4 horitas que passam a correr. Conheço muita gente que me diz que no fim da licença já não aguentava estar em casa com o bebé. Não é nada fácil, é verdade, mente quem diz que o é, mas quando é a nossa escolha e quando achamos que os resultados são os que esperávamos, então vale muito a pena.
      coo dizes, um beijinho enorme para todas as mães

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  2. Lá ganhei um tempinho para vir aqui ;o)
    Pois eu não percebo a guerra em torno de quem fica em casa com os filhos e de quem vai trabalhar fora. Cada qual com os seus prós e contras e quando num suspiro de cada qual sobre o que corre mal num dia como todos os outros parece que existe uma disputa de quem teve o pior dia ou o dia mais desgastante. Só aponto como contra (pelo menos o que me é mais relevante) na minha experiência de mãe que fica em casa com os filhos que o cansaço de estar 24 por 24 horas a viver as mesmas crises que uma pessoa dá um pouco em louca... Estive com o G até aos 4 anos dele e apanhei 1 ano com o A junto com ele e apesar de ter sido uma opção nossa de isso ser assim foi um ano complicado, senti-me no fundo e ainda hoje tenho alguns dias que só quero desaparecer e deixar de ser requisitada nem que seja por 1 hora. Mãe e pai, é mãe e pai, com mais tempo ou menos tempo para eles...

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    1. Hehehe... e que bom que vieste. Quando é que o G. começa a escolinha? Pode ser que assim consigas um tempinho a mais para ti.
      Exatamente, era esse o meu ponto, mas a verdade é que acontece tantas vezes, infelizmente! No meu trabalho somos 3 mães, 3 exemplos diferentes. A boss é workaholic como ela mesma me disse há uns anos atrás, e as miúdas dela, agora adolescentes cobram a toda a hora a sua ausência e falta de atenção, até dizem que é "uma mãe aborrecida!" porque nunca as leva ao cinema, aqui ou ali. Depois no outro extremo estou eu, que preferi abdicar do meu trabalho pelos meus filhos durante os últimos anos e depois, está a minha colega, que não deixou de trabalhar mas que cada dia lhe custa horrores passar 8h longe do filho, mas para quem deixar o trabalho seria impensável - e no caso dela são mm 8 porque mora por cima do local de trabalho, e cm o miúdo fica com a mãe em casa dela, está com ele na hora do almoço e ele costuma passar por lá com frequência para uns miminhos extra. =) Somos 3 mães diferentes, qual a melhor? não sei, todas fazemos o melhor que podemos, disso tenho a certeza. E nenhuma gosta menos dos filhos por estar mais ou menos presente.

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  3. Miúdas, estes nossos comentários são quase uma publicação por si só... que bom! Pouca gente perde realmente tempo a comentar, gosto tanto quando encontro alguém que gosta de dar opinião como eu! Obrigado pelas visitas e comentários constantes!

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