O arrastar dos dias

O arrastar dos dias

    São todos iguais. Poucas diferenças encontro de uns para os outros, e sem querer, sem sequer pensar muito nisso, vou-me perdendo um pouco mais. Desligo. Desligo tudo e digo que não tenho tempo para nada. Dou passos, por vezes largos, por vezes arrastados. Nem sei muito bem o que ando a fazer. Mesmo quando tenho a cabeça cheia de ruído e vontades. Os dias. Pouco alteram uns dos outros, mas até as coisas que me davam prazer, têm ficado para trás, uma a uma, depois dos dias, semanas, meses, anos. Olho para a pilha de coisas que tenho para fazer - não aquelas que temos de fazer quer se goste ou não - olho para a pilha de coisas que tenho para fazer. Coisas que gosto de fazer; e não sei por onde começar! Não sei! E penso que amanhã vai correr melhor, que amanhã vou acordar com maior energia, com maior vontade. E amanhã, volto a ficar sentada (ou de pé), mas sem saber por onde começar.

Escrevi isto em 2016 num outro blogue, hoje por algum motivo encontrei esta publicação. Há muito tempo que vivo com esta sensação diariamente. Por vezes paro para tentar perceber quando é que isso começou, porque é que isso começou. Ao reler esta e outras publicações do mesmo ano, creio ter percebido que foi ali, nos primórdios desse ano que tudo começou a pesar, a arrastar-se, preso a mim, um peso que carrego sem saber como aliviar. Porquê? Nem sei bem. Foi o ano que voltei a trabalhar fora de casa, é verdade, mas esta publicação, por exemplo é anterior a isso. Todos os dias me deito a acreditar que o dia seguinte será melhor, que eu serei melhor, que farei mais... mas... 

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