03-11-1958 ----- 10-11-2022


Aqui já tinha falado sobre a doença súbita da minha mãe, um cancro no rim esquerdo muito agressivo. Foi diagnosticada em Julho, sujeita a uma nefrectomia a 18 de Agosto, teve alta a 24 e veio para minha casa. Entretanto ainda passou uns dias com a minha irmã, mas voltou para cá. A recuperação não estava a ser fácil e nunca deixou de sentir dores. 

Durante o mês de Outubro acompanhei bem de perto como a sua saúde se deteriorava e foram dias e noites complicadas, em que as dores eram paralisantes, desesperantes... e para mim, acompanhadas de uma grande impotência. 

No fim desse mês deu entrada no hospital, tão fraca e tão mal que a vi que acreditei quando me vim embora, que essa era a última vez que a via com vida. Estava com uma infeção séptica. No entanto reagiu aos antibióticos numa primeira fase. Uma semana depois, deixaram de fazer efeito e a infeção alastrou. 

Um dia antes do seu 64º aniversário, a médica ligou-me para me dar essa notícia. Para me preparar para o pior. No dia do aniversário dela voltou a falar com a minha irmã, reforçou a ideia de que a partida da minha mãe estaria para breve, que naquele ponto, era algo garantido, à espera de aconteceu. 

Passou-se mais uma semana até ao último dia, e de repente vi-me órfã de mãe e de pai. Já não tenho quem me chame de filha, e no entanto parece tudo surreal. Apesar de já termos vazado a casa onde morava (porque era alugada, ainda nos falta a dela mesmo na Espanha), parece que é mentira, e que a qualquer momento pode voltar. Bem sei que não acontecerá... 

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