Assim que tento focar-me no que é bom

daqui

Ando num misto de alegria e tristeza quando toca a este assunto. Tento focar-me nas partes boas, aquelas que farão com que a nossa vida melhore. A mais forte de todas elas: vamos ter espaço exterior. É das coisas que mais falta me faz nesta casa atual. Temos apenas uma mini varanda e está ocupada pelos artefatos da nossa felina môr!

Assim, sei que os miúdos vão poder andar de bicicleta, trotinete ou o que bem lhes apetecer sem ter que carregar com tudo isso escada acima e escada abaixo, ou sem que andem a bater em todas as esquinas e móveis da casa. Vou poder estender a roupa em cordas ao sol (aqui os meus vizinhos colocaram um telheiro por baixo do meu estendal e tenho de secar os lençóis dobrados). Vamos poder comer assados quando nos apetecer, sem me preocupar com o cheiro que fica dentro de casa. 

E também penso nas coisas das quais não vou ter saudades aqui do apartamento. A primeira, sem dúvidas, é o roll de escadas que subo e desço multiplas vezes diariamente. A segunda, os dias de compras, onde temos que carregar com as mesmas até cá acima, mais os miúdos. Os dias que chego tarde a casa com os pimpolhos, ambos adormecidos e tenho que esperar pelo marido para que ele leve um para cima e eu o outro, porque deixar um sozinho enquanto subo com o outro é impensável. E depois deixar um sozinho em casa enquanto desço para ir buscar o outro. 

Também não vou ter saudades de nenhum dos meus vizinhos, muito menos dos de cima com as suas festas e músicas a altos berros nas piores horas, nem dos de baixo, com os seus problemas de violência doméstica, nem das picardias entre todos eles. Não vou ser despertada cedo com a barulheira do camião do lixo todas as manhãs, nem ouvir os lamentos dos que já beberam demais quando passam pela nossa rua à tantas da manhãs das sextas e sábados. 

Mas... não terei mais a nossa sala, tão ampla, onde cabemos todos, cada um na sua tantas vezes, mas onde estamos sempre todos juntos, porque há espaço para tudo. O quarto dos miúdos será minúsculo em comparação ao atual, e só penso na desordem quando imagino a falta de espaço para guardar os brinquedos, e a roupa, e o calçado. Não mais vou ter o meu quarto de costura, só para mim, o meu santuário (e ainda estou para descobrir o que vou fazer com tanto material - onde o enfiar - dar - vender - enfim)... 

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